Acordei certa feita sem saber o que me fizeram. Meu corpo pesava duas vezes o meu peso e minha cabeça doía. Nada de incomum acontecera na noite anterior e nenhum sinal de doença me acometia. Levantei com dificuldade e fui ao banheiro buscar o espelho. Não me vi. Não vi porque não havia nada para ver. Eu não estava lá. Busquei outros espelhos para confirmar minha ausência. Todos eles declaravam o mesmo. Ou aqueles não eram espelhos ou minha razão já não me sustentava como antes. Saí em tremores seguindo a voz de alguém. Alguém esse que soava familiar, mas do nome eu não me recordava. O som me levou a uma moça. Ela pedia ajuda para alcançar um vaso em uma prateleira alta. Sua feição calma não parecia ter ciência do sumiço do meu reflexo. Expliquei a ela toda a situação. Ouviu atentamente e começou a procurar algo em uma gaveta. Pediu-me para sentar e disse que me ajudaria. Em instantes, sua feição calma deu lugar a um rosto disforme e assimétrico. Ela me mataria...