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Mostrando postagens de outubro, 2018

Há quem veja beleza.

A brisa de verão é o último toque de calor a deixar meu corpo. Meus pelos respondem. Meu cabelo já não é nada senão um monte de cachos caídos por onde querem. O cheiro do sal me incomodava no início, mas hoje me acolhe como um parente. Talvez meu único parente. Eu nunca sei o que venho fazer aqui. Simplesmente há algo que me atrai. Juro todas as vezes que será a última, mas volto a cortar meus pés nessas mesmas conchas. Prometo: e ssa será a última. Talvez eu continue voltando porque é aqui onde meu desleixo tem paz. Meu desleixo é voz e pensamento. Sou eu, nua e ferida. Só. E só medito. Eu e meus sentidos. Sentidos esses que me traem como um bom amante.  O crível e o incrível são figuras dispersas.  A dor acalenta e não provoca lágrimas.  Os pés descalços não protestam pela urgência de um caminho.  Eles desistiram.  Todos os caminhos sempre trarão à mesma praia.  Praia essa que é suja. Talvez tenha sido bonita um dia, eu não sei. Está co...